Duas funcionárias de uma escola municipal de Três Passos, foram afastadas do trabalho após o surgimento de uma gravação com agressões verbais e ameaças contra as crianças, que sequer tinham completado 1 ano de idade, e que estavam sob a responsabilidade de ambas.
As mães, que levaram o caso à polícia, relataram tristeza e indignação ao descobrirem o que vinha acontecendo dentro de sala de aula. Nas gravações é possível ouvir as duas xingando e ofendendo as crianças, que não param de chorar.
Leia alguns dos trechos transcritos do áudio:
As mães não revelam quem entregou a elas o áudio, que tem quase duas horas de duração e foi gravado na sala de aula.
Uma das mães descreve o sentimento ouvir o conteúdo da gravação. “Impotência […] A gente ia trabalhar com tranquilidade, achando que eles estavam seguros, bem cuidados e garantindo uma educação de qualidade. Aí a gente veio a descobrir que nada disso estava acontecendo”, conta.
A direção da escola teve acesso à gravação que foi feita no mês de outubro, mas só agora as mães resolveram denunciar o que aconteceu.
A escola recebe crianças de 4 meses a 5 anos de idade. Quando o caso foi informado à prefeitura, as duas servidoras foram afastadas. Também foi aberto um processo administrativo para investigar a conduta de ambas.
“Quando chegaram esses áudios, essa denúncia até mim, imediatamente eu levei à Secretaria de Educação, que então tomou as providências necessárias. No dia 31 de outubro, elas foram afastadas”, conta a diretora da escola, Rosana Scherer.
A denúncia chegou também à Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar o caso. Conforme o delegado Marion Volino, é possível ouvir na gravação agressões verbais contra as crianças e ofensas contra as mães.
“Imediatamente nós instauramos o procedimento policial para apurar os fatos, em tese maus-tratos, e também a conduta do artigo 232 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que é submeter criança sob sua guarda a constrangimento ou vexame, e também outras condutas que possam ter acontecido”, detalha Volino.
A violência, mesmo que verbal, ainda choca os pais das crianças pequenas. “A minha bebê, ela é tão pequena, ela não caminha, ela não fala, ela nem engatinhava há poucos dias. Então, tu pensa, aquele serzinho frágil sendo xingado, ouvindo gritos, é revoltante”, desabafa outra mãe.
Fonte: G1/RS
Santo Augusto Urgente