Mais de nove horas. Esse foi o tempo de duração do julgamento de Edemar Corrêa de Moura, conhecido por “Fio”. Ele foi julgado pelo duplo homicídio, no qual foram vítimas Eliane Schio de 31 anos e Paulo Isidoro Moura da Silva de 36 anos.
A sentença foi de condenação em regime fechado de 15 anos, seis meses e 15 dias. Porém, a juíza Paula Yoshino Valério indeferiu o pedido de prisão imediata feito pelo Ministério Público, concedendo a Edemar o direito de recorrer em liberdade. A defesa alegou que irá recorrer.
Os jurados não aceitaram a qualificadora de crime fútil. No entanto, em relação ao homicídio de Paulo Isidoro, houve um agravante na pena pelo fato de ser um crime contra o próprio irmão.
Nesses cinco anos decorrentes após o crime, Fio ficou detido por pouco mais de dois meses.
Julgamento
O julgamento iniciou por volta das 10 horas desta sexta-feira, 09, no Fórum de Santo Augusto. Após a fala de testemunhas e o interrogatório do réu, iniciou a fase de explanação do Ministério Público e da defesa.
O promotor Ricardo Melo de Souza sustentou que o fato da separação não pode servir como álibi para que se tire a vida de uma pessoa. Também afirmou que o réu agiu de forma premeditada, pois, antes de cometer os crimes, passou na casa das vítimas, olhando para a casa, conforme constam nas imagens de câmeras de segurança da residência em que moravam as vítimas e a mãe dos irmãos. Por fim, alegou tratar-se de uma execução baseada no ímpeto de vingança devido ao envolvimento amoroso entre as vítimas.
A defesa ficou a cargo do advogado Vanderlei Pompeo de Mattos. Buscando convencer o júri – formado por quatro homens e três mulheres – da inocência do réu, ele citou “a personalidade de teor impositivo da vítima Paulo Isidoro, uma pessoa, segundo ele, violenta, destemida e arrojada”. Ele enfatizou para os jurados as inúmeras ameaças que o réu recebeu, bem como, agressões. Falou sobre o histórico violento da vítima, com duas passagens policiais por tentativa de homicídio, sendo esses os fatores que contribuíram para a perturbação emocional, social e psicológica do réu, resultando nas mortes, alegou a defesa.
O caso
Na madrugada do dia 02 de fevereiro de 2013, por volta da 1 hora na Rua Nono Prates, esquina com a Avenida do Comércio, Paulo Isidoro Moura da Silva, 36 anos, (irmão materno de Edemar) foi alvejado por quatro disparos de arma de fogo, dois na cabeça e dois no tórax. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas morreu antes de chegar à casa de saúde.
Logo após, Eliane Schio, 31 anos, foi executada dentro da residência de Paulo Isidoro, localizada na Rua Rio Branco. Ela foi encontrada caída sobre a cama, atingida por dois disparos de arma de fogo, um na face e outro na mão esquerda.
Fonte: Rádio Querência Online
Santo Augusto Urgente